Sempre gostei de poesia, por que acredito que ela tem o poder de elevar o nosso espírito assim como varias outras expressões de arte. Na época do meu ensino médio o qual eu cursei na escola Cintra no bairro do Anil, fiz grandes amizades dentre elas com um jovem chamado Jerfferson Portela, que morava naquele mesmo bairro. Jefferson hoje é sargento do Exercito e mora em Curitiba-PR. Seu pai é poeta e muitas vezes faltávamos as aulas de matemática do professor Marcos e íamos discutir sobre poesia. E uma poesia eu guardo na lembrança até hoje, chamada LIMITES do poeta maranhense Luis Moraes.
Limites
Vi sofrendo
Outro irmão
Em busca de pão e amor
Na rua deserta
Igual a um profeta
Ou um bicho qualquer
Mais bicho não o é
No céu já não pensa
Perdeu sua crença
No pátio da Sé
Nem um trocado
Sapato furado
E agora como é?
A fome lhe dói
O rato lhe rói
É um bicho ou não é?
Tem medo do escuro
Queria ser duro
Como foi José
No lixo sua mesa
A gula indefesa
Para saciar
Engole impurezas
Vomita tristeza
E começa a chorar
Cheguei mais perto
Para ver de certo
Se aquilo era um cão
Era um homem sem colo
Caído no solo
Dos homens sem mãos
(Planície dos Lobos,1986)
Eu recordo dessa poesia sempre quando transito pelas ruas e deparo com os irmãos que vivem nos limites implorando por migalhas.
Ah ia esquecendo Luis Moraes é pai do meu amigo Jefferson.
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